O evento reúne educadores, jovens líderes e organizações-chave de toda a Bacia Amazônica.
De 29 a 31 de julho de 2025, Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, será o palco da oficina internacional “Transformando Instituições para Empoderar Novos Líderes em Conservação na Amazônia.” Esta iniciativa faz parte do Projeto “O Poder das Conexões: Colhendo Lições e Fortalecendo Coalizões para a Conservação Amazônica”, liderado pelo Programa de Conservação e Desenvolvimento Tropical (TCD) da Universidade da Flórida e apoiado pela Fundação Gordon e Betty Moore.
Este evento, organizado pelo TCD em colaboração com o Instituto Boliviano de Pesquisa Florestal (IBIF) e o Centro Naturae da Pontifícia Universidade Católica do Equador (PUCE), tem como objetivo promover o diálogo, o aprendizado coletivo e a colaboração entre diversos atores amazônicos para fortalecer as capacidades das juventudes em temas de conservação. Ao longo de três dias, participantes de toda a Bacia Amazônica compartilharão experiências, metodologias educativas, trajetórias institucionais e desafios comuns relacionados ao desenvolvimento de novas lideranças.
Segundo María Fernanda Checa, diretora do Centro de Pesquisa Naturae da PUCE e uma das especialistas temáticas da oficina, “o aprofundamento atual da crise socioeconômica e ambiental exige soluções inovadoras e democráticas, que surjam de um verdadeiro diálogo de saberes que promova a colaboração entre instituições, comunidades e indivíduos para a formação de novos líderes.”
“A juventude está hoje mais mobilizada do que nunca por meio de redes colaborativas e está encontrando novas formas de participar e contribuir na defesa de seus territórios,” afirma Marlene Soriano Candia, diretora do Programa de Desenvolvimento Socioeconômico Inclusivo do IBIF e especialista temática da oficina. “Nossa motivação é criar um espaço genuíno de intercâmbio e reflexão para repensar como, desde nossas instituições, acompanhamos a juventude amazônica.”
Cada participante chegará com uma ideia inovadora e espera-se que retorne à sua comunidade local com novos aprendizados, conexões e compromissos. O desenho metodológico do workshop combinará espaços de troca horizontal, exercícios vivenciais e momentos de reflexão institucional.
O primeiro dia, intitulado “Conhecendo uns aos outros e as realidades educativas amazônicas,” será focado no compartilhamento de trajetórias, contextos e abordagens institucionais que marcaram a formação de líderes em diferentes países. O segundo dia, dedicado a “Metodologias vivenciais,” propõe a experimentação de abordagens pedagógicas inovadoras utilizadas por redes, universidades e organizações comunitárias da Amazônia. O terceiro dia, sob o tema “Tecendo redes para a ação,” buscará consolidar alianças e projetar novas formas de colaboração na Pan-Amazônia.
Para Carolina Simon-Pardo, estudante de doutorado da Universidade da Flórida, esta oficina nasce da necessidade de nos perguntarmos como estamos educando e como precisamos educar para garantir a liderança das futuras gerações na conservação. “Refletiremos sobre o tipo de educação que os jovens amazônicos precisam, em contextos urbanos e rurais, para exercer liderança na conservação, sem perder os saberes e valores que sustentam o cuidado com seus territórios,” acrescenta.
O evento reúne educadores, jovens líderes, autoridades indígenas, pesquisadores e representantes de instituições públicas e da sociedade civil. Essa diversidade de trajetórias e saberes busca criar um espaço plural, horizontal e transformador em todos os níveis acadêmicos, tanto em contextos educativos tradicionais quanto não tradicionais.
“Nossa responsabilidade como educadores é repensar uma educação transformadora e integral para novos líderes empáticos, que sejam agentes de mudança,” diz María Fernanda Checa. “As instituições precisam adotar novas abordagens que reconheçam a juventude como aliada estratégica. Eles já estão agindo, desde projetos socioprodutivos até o monitoramento ambiental, e devemos encontrar mecanismos para nos articular com eles,” destaca Marlene Soriano.
Para Carolina Simon-Pardo, o impacto do workshop vai além dos três dias de atividades: “Queremos que cada participante leve consigo uma ideia inovadora para implementar em sua comunidade e que os laços criados aqui se traduzam em colaborações duradouras.”
Esta oficina faz parte de uma série de encontros regionais que ocorrerão ao longo de 2025 em diferentes países da Bacia Amazônica. Os aprendizados e conexões gerados contribuirão para a construção coletiva de estratégias regionais para a conservação que serão discutidas no Seminário Amazônico da Universidade da Flórida, previsto para 2026.
Mais informações sobre o projeto: https://amazonconservationconnections.com/es/. Este projeto é financiado pela Fundação Gordon e Betty Moore por meio do Grant GBMF13270.
Sobre o Programa de Conservação e Desenvolvimento Tropical (TCD)
A missão do Programa de Conservação e Desenvolvimento Tropical (TCD) é conectar teoria e prática para promover a conservação da biodiversidade, o uso sustentável dos recursos naturais e o bem-estar humano nos trópicos e além. O TCD é um programa de pesquisa e formação do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade da Flórida, com 10 docentes principais e aproximadamente 100 professores afiliados em todo o campus. O programa possui uma longa trajetória de colaboração com organizações parceiras na Amazônia e de apoio a redes de profissionais da conservação comprometidos com o desenvolvimento sustentável.
Sobre a Fundação Gordon and Betty Moore
A Fundação Gordon e Betty Moore promove a descoberta científica, a conservação ambiental e o caráter especial da região da Baía de São Francisco. Desde 2001, sua Iniciativa Andes-Amazônia contribuiu para conservar mais de 400 milhões de hectares na Amazônia. Até 2031, a iniciativa tem como objetivo garantir que 70% do bioma amazônico (cobertura florestal) e os ecossistemas de água doce que o sustentam estejam sob manejo e conservação eficazes.
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